André Medeiros DATABASE

Texto por EDUARDO BENTO. Última atualização em 17/11/2021
Qualquer reprodução deve citar o DATABASE.FM como fonte.

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FOTOS POR CAIO DEZIDERIO

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Cofundador do selo recém-falecido Pug Records, sobrevivente de um furacão noise pop chamado Top Surprise e produtor de grandes discos que você não ouviu, André Medeiros finalmente assumiu seu projeto solo. Após dez anos de silêncio, Dedé se entregou ao sabor das palavras, trocou a guitarra pelo violão e quase foi engolido pelos tambores do “maculelê atômico”. Rústico, modernista, amargo apesar de otimista, ele canta sobre trivialidades extraordinárias e façanhas insignificantes no samba enigmático Dia 9 e no pancadão bucólico Morro, faixas que disputam o status fictício de lado A do single virtual que chega às plataformas em 16 de novembro. Entre as influências, voluntárias ou não, estão Jards Macalé, Nação Zumbi, Beck, Beat Happening, tUnE-yArDs, Itamar Assunção, The Gilbertos, Mário de Andrade e o conterrâneo Murilo Mendes, de Juiz de Fora, MG.

Em carreira solo sim, mas solitário jamais. Durante as gravações na zona rural, André contou com a paciência do baterista Victor Fonseca (The Basement Tracks), da percussionista Nicolle Bello (Čao Laru) e do irmão baixista gêmeo não-idêntico Daniel Medeiros (Top Surprise). A capa é uma pintura a óleo do próprio André, que também assina a mixagem, e a masterização ficou sob os cuidados de Fernando Sanches, do Estúdio El Rocha (SP).

Este é seu segundo lançamento, sucedendo a declaração de amor à Fitônia, single lançado secretamente em fevereiro que levantou rumores de que pudesse ser uma gravação perdida de um feat entre Beto Guedes e Elliott Smith.

André já trabalhou ou está trabalhando na gravação, mixagem ou masterização de bandas como Oruã, Fugere, Baco Doente, Olympia Tennis Club, Filipe Alvim, Deep Noise, Alles Club e BAAPZ – isso para citar apenas as que alcançaram a glória de ter sua biografia não autorizada publicada na rádio proselitista database. Para informações sobre projetos em outras áreas, como som direto e trilha para cinema, visite andremedeiros.me. Quando não está no pro tools, às vezes André escreve contos.


RECORTES DE OUTROS SITES

Alexis Peixoto (O Inimigo): “André Medeiros põe a morbeza bucólica pra jogo em Morro/Dia 9 (…) Mineiro chegado num barulho bom, André riscou o nome na música independente brasileira à frente da banda Top Surprise (…) Saem as guitarras topadas, e vem chegando um violãozinho empenado acompanhado de baixo, bateria e percussão mínima à Moe Tucker. (…) Ainda sobre as letras, senti no texto um pouco daquela ‘morbeza’, a beleza mórbida de que falavam Waly Salomão e Macalé. E isso me parece conectado com alguns toques de samba, de música brasileira setentista que aparecem nessas duas faixas.”


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Texto por Eduardo Bento. O autor é o único responsável pelo conteúdo. Qualquer reprodução/adaptação deve citar o DATABASE.FM como fonte. Assim como a maioria das páginas do site, a biografia não autorizada de André Medeiros está sempre em construção. A primeira postagem foi feita em em 09/11/21.